Cumprimentamos a todos os leitores, e gostaríamos de agradecer ao apoio que estamos recebendo.

O segundo tema é quase que uma continuação do primeiro, grande parte deste assunto também foi dito no Post anterior “Como você enxerga o mercado de trabalho e as oportunidades de emprego”. Então Vamos lá...

Curso técnico: Emprego garantido, este é o tema da segunda semana. Pois bem muitas pessoas pensam que o curso superior é a melhor forma de entrar no mercado, mas pelo que vemos um grande “empurrão” é o curso técnico. Segundo o Ministério da educação, 77% dos jovens que fazem um curso técnico saem empregados, e isso se deve a um déficit de mão de obra qualificada que temos atualmente. É o que também diz Michael Bauer, diretor de empresa: “A maior dificuldade é achar mão de obra que está dentro das nossas expectativas técnicas”. Esta falta de técnicos leva muitas vezes grandes empresas a qualificarem sua própria mão de obra. Para se ter uma ideia, hoje no Brasil, quase 61% das empresas já adotam esta iniciativa (Segundo pesquisa da confederação nacional das indústrias).

Como vemos, o mercado está em constante renovação para sua mão de obra e acompanhar esta mudança é uma tarefa que cabe a todos. Os jovens que entram no mercado já entram acompanhando este ritmo e quem está dentro das empresas luta diariamente para sustentar seu cargo, e é assim, como uma forma de reciclagem, que as pessoas um pouco mais velhas estão voltando aos bancos escolares, especialmente a cursos técnicos, que apresentam grandes vantagens e muitas vezes garantem a permanência do empregado. O curso técnico possui inúmeros benefícios, entre eles podemos destacar a empregabilidade, acima de tudo; o custo; os salários dos formados; a duração (entre 1000 a 1200 horas), entre outros.

É SÓ DE TÉCNICOS QUE O MERCADO PRECISA?

Não, além de ser um técnico, as empresas esperam que os estagiários tenham iniciativa, criatividades, vontade de aprender e, o mais importante, capacidade de exercerem tarefas a eles designadas.

QUAL O DIFERENCIAL DO CURSO TÉCNICO?

Comparado ao curso superior é a experiência, o convívio que a pessoa tem com os equipamentos, com o ambiente de trabalho. Nos Institutos técnicos existem as oficinas, que proporcionam o convívio, o que muitas vezes não é encontrado nos cursos superiores, com aulas teóricas, mas que formam também profissionais mais direcionados às áreas de pesquisa e desenvolvimento de estudos.

Se analisarmos todas estas vantagens, vê-se que o caminho mais vantajoso é fazer o técnico. Mas se mesmo assim estiver em dúvida, veja a entrevista que fizemos com Juliani Trippia, Professor de processos industriais de fabricação e soldagem, do SENAI Blumenau.

BAUHAUS: De acordo com uma pesquisa do Ministério da educação, 77% dos jovens que terminam um curso técnico saem empregados. A que se deve isto?

Juliani Trippia: Ao interesse do empresário em contratar jovens qualificados, o que não ocorria há alguns anos atrás, onde o jovem fazia até o primeiro grau, e ia para indústria, passando a ter desinteresse de continuar os estudos, pois tornou-se assalariado. Foi quando o governo passou para 16 anos a idade mínima para começar a trabalhar. Assim o empresário exigia cada vez mais uma qualificação.

BAUHAUS: O curso técnico é mais barato que um curso superior?

Juliani Trippia: Com certeza, a princípio no Brasil os cursos superiores são muito caros, aqueles que não são vinculados ao governo estadual e federal. O curso técnico por haver um interesse do empresariado, via SENAI, SENAC, tem um custo mais baixo. Mas, se o governo quiser acelerar este nível de profissionalização dos jovens, com certeza teria que fazer com que este curso tivesse um custo menor.

BAUHAUS: Os salários de um técnico são bons?

Juliani Trippia: Se falarmos no salário geral do brasileiro eles não são bons, mas caso queira aumentar seu salário, um curso técnico é excelente.

BAUHAUS: O curso técnico é mais rápido que o superior?

Juliani Trippia: Sim, mesmo porque o conteúdo programático é bem menor que um curso superior.

BAUHAUS: É o que o mercado está precisando?

Juliani Trippia: Com certeza, é o que necessitamos para que a parte tecnológica aumente cada vez mais, deixando para os engenheiros pesquisas e afins, o que é pouco investido em nosso país.

BAUHAUS: É um curso focado a uma determinada área?

Juliani Trippia: Isso depende. Por exemplo, um técnico eletromecânico sua área de atuação é bem abrangente, porém um técnico automobilístico é bem direcionado.

BAUHAUS: Está realmente faltando vagas no mercado de trabalho?

Juliani Trippia: Na verdade está faltando profissional especializado, para ocupar as vagas, em todos os níveis. Antigamente para receber um bom salário o jovem pensava em fazer faculdade, hoje uma boa parcela está focando primeiro em técnico.

BAUHAUS: Qual o setor que hoje mais oferece vagas a seu ver?

Juliani Trippia: Isto depende da região. Por exemplo, na região de Blumenau é a área eletromecânica, onde existem três empresas grandes na região. E outra é a área de mecânica de montagem, grandes e pequenas metalúrgicas.

BAUHAUS: Qual é a vantagem de ter feito um técnico antes de fazer a faculdade?

Juliani Trippia: Diria que é a prática, pois muitas faculdades não tem oficinas, e nos cursos técnicos há a parte teórica, porém a maioria é prática.

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Então, lendo a entrevista vemos que o mercado tem vagas sim, e o que falta é apenas qualificação por meio dos empregados. Agora que sabemos a opinião de um Professor, vamos analisar a visão de um formado, como é o caso de Milena Ferreira, técnica em química.

Qual a vantagem de ter feito um curso técnico?

“Experiência. Você ganha muita experiência. Acaba saindo na frente de muita gente que faz faculdade e não tem essa experiência de trabalho mesmo, de vivência, de rotina, e isso a gente consegue ter com o técnico”

Trecho Sublinhado retirado de http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL752324-15605,00.html

Pois é, o curso técnico é uma boa opção. Em uma pesquisa realizada pela FGV vemos que a conclusão do ensino profissionalizante aumenta em 48% a chance de ter um emprego e também aumenta o salário em 13%. É isso mesmo, 48% de aumento na chance de ter um emprego! Em média 77% dos jovens que terminam o curso técnico saem empregados diz Thiago Coldibelli, Supervisor de Operações do CIEE de Campinas – SP. Thiago afirma ainda que a empregabilidade para estagiários é alta e começa-se ganhando em média de R$400, podendo ser superior a R$1600.

Como deu para notar, o curso técnico é muito vantajoso, porém a especialização e a continuidade dos estudos é sem duvida fundamental para todos aqueles que querem continuar trabalhando. Por isso finalizamos com uma frase de Max Gehringer: “O caminho mais indicado é dar um passo de cada vez. Fazer um curso técnico, conseguir um bom emprego e depois investir em cursos de especialização, incluindo o curso superior mais adequado.

Alguns links interessantes de pesquisar por cursos técnicos, que se adequem ao seu perfil são os sites do SENAI e do SENAC.

http://www.sc.senai.br/ & http://www.sc.senac.br/


Vídeo relacionado a mão de obra qualificada no vale do Itajai:


“Como você enxerga o mercado de trabalho e as oportunidades de emprego?”


O mercado de trabalho vem constantemente se renovando com as tecnologias, novas máquinas vêm substituindo empregados e tornando o desemprego cada vez maior, deixando o mercado mais excludente e seletivo. O mercado de trabalho vem selecionando cada vez mais as pessoas capacitadas, os que possuem além da graduação, além do mestrado, o mercado quer o diferente, o criativo. Por isso não basta apenas o ensino médio, a graduação, a pós, o mestrado, o curso técnico; quanto mais qualificações o indivíduo possui, maiores serão suas chances e entre os milhões de currículos cada curso que você possui além vão deixando 10, 20,30 currículos para trás.

Profissões surgem e desaparecem em um piscar de olhos, e o desafio para acompanhar esta troca e analisar o mercado mais promissor está na mão dos jovens. As áreas de hoje que proporcionarão mais oportunidades no futuro são as áreas da informática e na de telecomunicação. Os jovens que acabaram de sair do ensino médio e estão prestes a entrar no mercado de trabalho e no ensino superior que devem analisar o mercado mais propício à sua atuação, não se esquecendo de sempre optar pelo que lhe traz satisfação e não apenas sucesso financeiro, afinal um profissional feliz é um profissional de sucesso. Esta decisão deve ser muito bem pensada e é por isso que algumas universidades abrem suas portas para que os futuros universitários conheçam os cursos, além disso, outra maneira para a grande decisão é conversar com profissionais e visitar seus locais de trabalho.

Um ponto importante a ressaltar é que no Brasil ainda é muito forte a tradição de que o curso superior irá resultar em mais oportunidades do que o curso de técnico. Hoje em dia o mercado de trabalho está com o déficit na mão de obra em nível técnico e sobrando mão de obra em bacharelado. Uma pesquisa feita pela confederação nacional das indústrias diz que 61% das empresas já estão formando sua mão de obra. Hoje em dia no Brasil existem em torno de 185 cursos técnicos. A vantagem de fazer o curso técnico é a experiência. O curso técnico envolve a convivência, o que muitas vezes não é tida nos cursos superiores. Por isso o a formação técnica faz a diferença no currículo, como afirma Silvana Case, vice-presidente executiva do Grupo Catho, além disso, outras vantagens são o preço das mensalidades e a duração que põe o formado em menos tempo no mercado de trabalho.


EXISTEM AÇÕES PÚBLICAS QUE INCENTIVAM A FORMAÇÃO TÉCNICA?

Sim, dentro do Brasil existem ações públicas que incentivam e criam vagas para cursos técnicos, como é o caso de SC que criou 100 novos cursos técnicos- profissionalizantes. Já em um cenário mundial podemos ainda observar o exemplo da França, a Agência nacional de empregos (ANPE) possui ações como o Contrato de Trabalho de Jovem (Contrato de Jovens tem como objetivo oferecer empregos e a profissionalização) Estágio de Inserção e Formação no Trabalho e a licença de formação para Trabalhadores Jovens (ação que permite ao jovem assalariado dispensa para buscar qualificação profissional, melhorando seu desempenho na empresa). Na França a relevância que é dada para a formação do indivíduo é grande, e este exemplo poderia ser aproveitado por outros países, como o Brasil, incentivando a contratação de jovens estagiários, para que os mesmos obtenham experiência e formação profissional, oferecendo oportunidade de o jovem crescer.


A FLUÊNCIA NOS IDIOMAS ESTRANGEIROS AJUDA NO CURRÍCULO?

Para se obter sucesso profissional não se pode deixar de contar os idiomas estrangeiros, o mercado de hoje não é o mesmo da década de 70. Há 40 anos atrás, com a globalização inferior do que a de hoje e com o mundo menos interligado, com a internet ainda em crescimento, as empresas se satisfaziam com o inglês escrito,porém, hoje não basta. A fluência no inglês e em outros idiomas é essencial para se ter um bom emprego ou se satisfazer com um baixo salário ou mesmo com o desemprego.

Por fim, vemos o mercado como uma prova, onde apenas os mais capacitados e criativos entram. A bola da vez é ter um currículo impecável, afinal o mercado é excludente e põe em primeiro plano os que têm mais experiência e ensino, por isso apenas um curso técnico ou um superior não é o bastante, a especialização e o aperfeiçoamento são essenciais e esta é a lei do progresso. Assim faltam vagas para os não tão qualificados e sobram vagas para os que se especializaram.




Silvana Schork, mestre em educação analisa o ponto de vista dos jovens:

SILVANA: Depois de uma longa caminhada, o jovem chega ao término do Ensino médio e confronta-se com um doloroso dilema- que profissão seguir? Que carreira almejar? Os anseios dos pais, a pressão do mercado de trabalho e a imaturidade própria da idade surgem, na maioria das vezes, como obstáculos para uma decisão acertada.

BAUHAUS: COMO VOCÊ AVALIA A DECISÃO PROFISSIONAL?

SILVANA: Não é uma tarefa fácil alcançar essas respostas, por isso é fundamental que se retome o tempo necessário para pensar não só sobre o emprego que se quer agora, mas também imaginar o futuro da carreira profissional.

De que adianta ser um razoável médico se tem tudo para ser um extraordinário professor? Qual o valor de um diploma de engenharia a ser entregue e demonstrado - com orgulho até - se o coração mora na história ou na filosofia?

Descoberta a vocação íntima é agarrar-se a ela e, apesar de tudo e de todos, ou com sorte contando com algum apoio, retirar as pedras do caminho e fazer neste mundo o que veio a fazer.


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“O aluno que se convencer da importância do seu desempenho escolar é sem dúvida alguém que terá sucesso como profissional e como cidadão” Secretário de Estado da Educação de SC, Paulo Roberto Bauer

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Aqui vão alguns sites interessantes onde você aprende a montar um bom currículo, a escolher uma boa profissão, e ver o que o mercado necessita.

http://aprendiz.uol.com.br/homepage.mmp & http://www.empregoemalta.com/


As fontes de pesquisa foram:


Cruzada contra o desemprego, Brasília -2000, Senador Casildo Maldaner.Páginas 14,15 e 16.

Revista veja, 4 de março de 2009, edição 2102 ano 42, número 9, página 97.

Revista Its, Maio de 2010, número 63, página 40.

Revista Veja Edição 1 769 - 18 de setembro de 2002

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Alguns videos que relacionam com o tema proposto: